A grande novidade está, no entanto, na possibilidade de acumular este benefício fiscal com o que é atribuído a quem paga empréstimos para aquisição de habitação, já que, até ao ano passado, os dois benefícios não podiam ser acumulados. Outra mudança nesta área está na legislação para a microgeração, que define as condições mediante as quais o consumidor de energia eléctrica pode tornar-se produtor e beneficiar de condições especiais na venda dessa energia à rede pública, livre de impostos.
Para ter acesso a este regime bonificado, o consumidor terá sempre de ser já utilizador de colectores de energia solar para aquecimento de águas na habitação, com um mínimo de dois metros quadrados de área colectável. Energia eólica, fotovoltaica, cogeração a biomassa, hídrica e pilhas de combustível com base em hidrogénio, são as fontes contempladas na legislação.
No caso da produção fotovoltaica, a venda à EDP está prevista a um preço seis vezes superior àquele que a empresa cobra aos seus clientes, durante os primeiros cinco anos de venda e caso a ligação à rede seja feita já este ano. A venda à EDP está, por outro lado, livre de tributação em sede de IRS.
As estimativas do Governo indicam um investimento médio do cidadão na ordem dos cinco mil euros, pago num prazo de cinco anos, para montar uma estrutura de produção doméstica de electricidade. A indústria contesta e diz que a estimativa é desajustada, embora reconheça que as condições são atractivas, sobretudo pelo preço pago pela electricidade.
Energias limpas Aerotermia fica mais barata Consumo anual de energia, incluindo aquecimento e água quente |
A preços actuais, a Aerotermia representa um consumo anual muito abaixo do registado com as restantes energias fósseis comparadas, tendo em conta um consumo de energia considerado médio para uma família de quatro pessoas numa casa de 150 metros quadrados e a utilização desta energia para aquecimento de água e aquecimento da casa (com piso radiante). |
Energias “sujas” pesam mais na sua carteira Consumo anual de energia solar e biomassa, em comparação com as energias fósseis |
Valores em euros para habitação de 150 metros quadrados com consumo de 200 litros por dia. Fonte: GreenSolutions Numa comparação com a alternativa combinada de energia solar e biomassa, as energias fósseis também apresentam valores significativamente mais elevados. Isto, tendo em conta um consumo médio de uma família de quatro pessoas e um consumo médio de 200 litros de água por dia, quer a família opte por aquecer a casa com radiadores e toalheiros, ou com piso radiante, a que se junta, em ambos os casos, o aquecimento de água, também assegurado pelo sistema. |
Duas soluções energéticas para a sua casa |
Solução 1 - Energia solar e biomassa | Universo: Família de quatro pessoas, com um consumo de 200 litros de água por dia, a 50ºC Área a aquecer: 150 metros quadrados Piscina: sim Preço: 16,7 mil a 18,6 mil euros, na opção que inclui radiadores e toalheiros, ou 19mil a 20,6 mil euros, na opção que engloba piso radiante Consumo anual: 630 a 690 euros, na opção 1, e 490 a 525 euros, na opção 2 Prazo de retorno do investimento: 6,4 a 7,2 anos, na primeira opção e 7,1 a 7,8 anos na segunda opção. Nota: Aquecimento a funcionar seis meses com temperatura de 22ºC à noite e 18º durante o dia. |
Comentário | Uma família de quatro pessoas com uma casa com 150 metros quadrados que adopte uma solução energética que combine energia solar e biomassa, terá pela frente um investimento que varia entre os 16,7 mil e os 20,6 mil euros. Os valores dependem da opção escolhida que pode ser de radiadores e toalheiros ou piso radiante. A segunda é mais eficaz, embora mais cara e com um período de amortização mais longo, que pode rondar os oito anos. Os preços simulados têm em conta o aquecimento de água de uma piscina, nos seis meses em que, à partida, o aquecimento da casa não precisa de ser feito, e partem do princípio que a família terá um consumo de 200 litros de água por dia. |
Solução 2 - Aerotermia com piso radiante | Universo: Família de quatro pessoas, com um consumo de água de 300 litros por dia a 45ºC Área a aquecer: 150 metros quadrados Piscina: não Preço: 30 mil euros, incluindo aquecimento central e aquecimento de águas Consumo anual: 306 euros Prazo de retorno do investimento do equipamento: 4,5 anos, na utilização de gás propano, e 10 anos na opção pelo gás natural). Nota: Esta simulação pressupõe uma temperatura interior de 20º. |
Comentário | Uma família que opte pela Aerotermia para aquecer a casa e a água, terá de fazer um investimento em torno dos 30 mil euros, mas, em compensação, os custos energéticos anuais associados a estes dois tipos de necessidades energéticas descem para pouco mais de 300 euros. Os valores têm em conta uma temperatura de água quente de 45º e uma temperatura do aquecimento da casa de 20º, para além de um consumo diário de água de 300 litros, elementos indispensáveis à definição de qualquer proposta e à escolha das máquinas que vão satisfazer as necessidades energéticas do cliente. Face aos custos associados a um sistema energético suportado em gás propano, a família que usa aerotermia já estaria a poupar ao fim de menos de cinco anos. |
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http://www.jornaldenegocios.pt
INVESTIDOR PRIVADO Publicado 17 Março 2008